À matriarca serrana

Bendita matriarca da minha pampa serrana

Cerne pátrio das terras de cima.

Tão velha quanto a taipa, marco Catarina

És tropa, cincerro, tarde de ressolana.

Reminiscência histórica dos birivas ancestrais

Empedrada de tantos agostos, pelo tempo olvidada,

Um dia foi pequena e doce semente na terra emalada

Cuntrapunteada de sangue e água, aço e rincho de baguais.

As tuas verdes braças são meu canto,

Raízes fundas quais as minhas nesta terra.

Sinuelo imponente no chão da minha serra -

O serenal das tuas hastes é o meu mesmo pranto

E quando eu voltar à terra, quero tua sombra de mortalha

Só peço ao Patrão Velho que lhe conserve até este dia

No catre de tuas raízes repousarei com alegria:

Aquerenciada eternamente no seio da mãe araucária!

Danielle Lorenzi
Enviado por Danielle Lorenzi em 21/02/2011
Reeditado em 22/08/2011
Código do texto: T2805748
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.