VERSOS DE UM TRISTE VAQUEIRO
O berrante zoa solitário
como se não quisesse mais nada,
nenhum estreito sorriso,o infinito
como um rio seco.
Penso que a vida não tem valor,
Que sofro com essa dor por eu ter nascido ao mundo,
Mas sou do campo, desta vasta terra
de flores! de belezas!
E me encanto somente com o que é belo,
No entanto não conheço o caminho
da felicidade.
Nem ao menos me conheço.
Será que sou desta terra? Deste lugar?
onde o luar com as estrelas brilham forte...
aqui no campo elas são mais intensas
e na escuridão brilham sempre mais,
um sonho em vão.
Sou vaqueiro, sou do Norte...
Sou com certeza deste sertão
Onde canta bonito o sabiá
junto aos outros pássaros
fazendo a canção
E o ritmo vai surgindo...
Embelezando o que tens
de mais perfeito neste lugar.
Todavia já perdi minha família,
meus queridos filhos,
meu garrote, meu cavalo,
meu cachorro
e meu sertão.
Sou vaqueiro, sou do Norte...
Sou cabra macho e forte,
Mas a solidão me agarrou
e nunca mais abandonou
este vaqueiro sofredor
deste imenso sertão.