DA TOLDERIA DAS PALMAS
Sangue charrua da Tolderia das Palmas!
Leva na alma a essência deste rincão.
Olhos parados na vastidão da querência,
Terrunha essência nas cordas do violão.
Decerto quando arrebataram tua gente,
Que por decente não se deixou dominar.
Vão por teus olhos galopar pelas lonjuras,
Que raça pura não se entrega sem pelear!
Então eu canto com aquele entono antigo,
Porque persigo a velha paz da minh’alma.
E o estilo bugre que trago junto comigo
Saúda um índio da Tolderia das Palmas!
No atavismo que se mostra dia a dia,
Na nostalgia do pago que se preserva,
Está o lirismo exaltado na poesia,
Cuia de mate cevada com boa erva!
Meu canto xucro levará as coisas do pago,
Sem ter embargos, com liberdade e com fé.
Pois cada nota que dedilho é um afago
Na alma bugra que templou o chão de Bagé!
Tolderia das Palmas: “os últimos anos da nação charrua - da saída, em 1750, da Tolderia das Palmas (área onde está a cidade de Bagé) até a cena final do genocídio, no Uruguai, em 1831. No ano seguinte, os quatro últimos charruas seriam ”exportados“ para Paris. Os papéis oficiais falavam em "observação científica" , mas eles acabaram expostos como atração de circo. A narrativa , como a história Charrua , encerra em 1836. (biblioteca pública pelotense - http://www.bibliotheca.org.br/noticias.htm)
Melodia de Índio Ribeiro
3º lugar - Baqueria de los piñares - Vacaria RS