Amanhecer na roça.
O dia surge preguiçoso
Tingindo as bordas do horizonte.
Enquanto a noite ainda,
Lentamente vai apagando estrelas.
Farrapos de nuvens sossegadas
Tingen-se de roza.
O ultimo grito do Urutáu.
Desperta a fauna adormecida.
Desmanchão-se penumbras.
A fonte escondida,sussurrando.
Acorda entre brilhos de cristal.
Silhuetas de pássaros rumam para o leste.
O silêncio, a brisa , o mistério.
O dia não quer magoar a noite.
Por isto beija as sombras
Com doces claridades.
Tenta agarrar-se,em certos recantos.
Acobertados por neblinas.
Mas a luz penetrando as brenhas
Desfaz as ultimas brumas,
Véus da madrugada.
Enchendo de cantos e hamonias
Vales e montanhas.
E o dia nasce.
Pinhal 23.12.09 M.G.