Grávida
Eu tô grávida.
Grávida de uma flor,uma dor;
Grávida da terra.
Eu tô grávida de uma cidade, que acalenta igualdade, mas que na verdade não é.
Espero um furacão, uma cançao singela, um cartão postal.
Vou parir quando a cidade dormir, quando o sol se for, e a noite contrair o manto.
Vou dar a luz ao céu que inebria em tempestade.
Cada vez mais grávida estou; de uma rosa sozinha no galho; de uma natureza em forma e cores.
Ao sol de meio dia irá surgir no esplendor, o som do mistério inefável de uma gravidez sobrenatural.