Amanhecer no Pago
Quando o dia amanhece
Eu tapeio bem meu chapéu!
E rezo pra Deus Nosso Senhor
Sempre olhando para o céu.
Obrigado, Patrão Velho,
Te agradecer agora eu venho,
Não tenho tudo que quero,
Mas amo tudo que tenho.
Tenho meu Rio Grande velho
De porteiras abertas pra mim
Coxilhas e coxilhas verdejantes
Onde ecoava um clarim.
Tenho china, cavalo e cusco
Três coisas que não tem preço,
Três presentes da natureza
Que Deus achou que eu mereço.
Nasci no alto de uma coxilha, lá pras bandas da fronteira,
onde a geada é grande e o minuano sopra mais forte.
Em Catuçaba, São Gabriel, Rio Grande do Sul.
Conheço a lida de campo e como se ata um bocal porque me criei lidando com gado e domando bagual.
Fui carreteiro, tropeiro e peão de estância.
Migrei para a cidade grande em busca de progresso,
Mas minha alma está sempre viajando sobre as coxilhas
deste meu Rio Grande.
E nunca vou perder as raízes que me unem à tradição.
Nos versos que escrevo mostro minha identidade, de um gaúcho
que tenta resgatar nossos costumes.
Que fique para sempre em nossa memória, mesmo paralelo
com a tal de evolução.
Com um grito de guerra, viva a nossa tradição.