Amanhecer no Pago

Quando o dia amanhece

Eu tapeio bem meu chapéu!

E rezo pra Deus Nosso Senhor

Sempre olhando para o céu.

Obrigado, Patrão Velho,

Te agradecer agora eu venho,

Não tenho tudo que quero,

Mas amo tudo que tenho.

Tenho meu Rio Grande velho

De porteiras abertas pra mim

Coxilhas e coxilhas verdejantes

Onde ecoava um clarim.

Tenho china, cavalo e cusco

Três coisas que não tem preço,

Três presentes da natureza

Que Deus achou que eu mereço.

Nasci no alto de uma coxilha, lá pras bandas da fronteira,

onde a geada é grande e o minuano sopra mais forte.

Em Catuçaba, São Gabriel, Rio Grande do Sul.

Conheço a lida de campo e como se ata um bocal porque me criei lidando com gado e domando bagual.

Fui carreteiro, tropeiro e peão de estância.

Migrei para a cidade grande em busca de progresso,

Mas minha alma está sempre viajando sobre as coxilhas

deste meu Rio Grande.

E nunca vou perder as raízes que me unem à tradição.

Nos versos que escrevo mostro minha identidade, de um gaúcho

que tenta resgatar nossos costumes.

Que fique para sempre em nossa memória, mesmo paralelo

com a tal de evolução.

Com um grito de guerra, viva a nossa tradição.

Fernando Almeida Poeta
Enviado por Fernando Almeida Poeta em 02/09/2010
Reeditado em 12/05/2014
Código do texto: T2474101
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