GONZAGA EM PAZ COM JESUS

 

Do céu me vem seu canto
Da terra vem acalanto
Do sábio vem sabiá
Asa Branca quero cantar.

Da chuva vem a bonança
Do Sol a clave exemplar
Da caatinga vem a cantiga
Gonzaga quero cantar

Da rima me vem o verso
Da métrica me vem o tino
Do mote remeto ao xote
Do Gonzagão bem nordestino

Da Feira de Caruaru ao céu
Do céu ao Novo Exu
Asa Branca sobrevoa tudo
Assum Preto tá livre no norte e no sul

Mandacaru, xique-xique, cavalo brabo
Oito baixos, pé de bode, acordeom
Caruaru e Campina Grande são frisson
Macambira, velame, Forró danado de bom.

Cabeludo tem vez não, aposte
Sá Marica continua sem parto
As Meninas tem seu xote
Cabrocha não dança sem o cheiro do cangote

 

Do céu vem seu canto

Aqui cantiga em DÓ é o que mais há:

Dó do povo sem saúde nem ter onde morar

O Rio Uma arretou-se, encheu até arrombar.

 

Tenho pena da rolinha que o menino matou

Lá no meu pé de serra ele soletrava a letra “i”

Riacho do Navio traz Orélia nadando pra mim

Mostra a Gonzaga, pergunta se no céu é assim.

 

Encantou-se com a luz divina no borná

A Triste Partida partiu deixou o nordeste sem luz

Se já não tinha água

Gonzaga, fica em paz com Jesus.

CARLOS SENA - 01 DE AGOSTO 10 - ANIVERSÁRIO DA MORTE DE LUIZ CONZAGA.

Assum Preto

Luíz Gonzaga

Composição: Luiz Gonzaga / Humberto Teixeira

Tudo em vorta é só beleza
Sol de Abril e a mata em frô
Mas Assum Preto, cego dos óio
Num vendo a luz, ai, canta de dor (bis)
Tarvez por ignorança
Ou mardade das pió
Furaro os óio do Assum Preto
Pra ele assim, ai, cantá de mió (bis)
Assum Preto veve sorto
Mas num pode avuá
Mil vez a sina de uma gaiola
Desde que o céu, ai, pudesse oiá (bis)
Assum Preto, o meu cantar
É tão triste como o teu
Também roubaro o meu amor
Que era a luz, ai, dos óios meus
Também roubaro o meu amor
Que era a luz, ai, dos óios meus.