O Destino

O destino é como um potro

Já com três anos fechados:

Ou se ajeita para a doma

Ou se bendiz por aporreado.

O que ontem girava e trocava patas

Hoje já só chamarreia,

Amanhã aceita os arreios e o basto,

Depois de amanhã por manhoso se baldeia.

O meu destino é reculuta

Estende o braço e volta ao leito.

E eu recorro a minha várzea

Como me gusta ao meu jeito.

Me vou trançando a payada

Com quatro versos teatinos

O que vem da campa bem me serve

O rancho, a tropa e o gateado brazino.

O que o patrão véio me deu

Freio gemendo em relancina,

O campo em lida e arte,

Poncho e sombreiro por bainha;

Corda de couro cru

Na armada e na cincha do chucro,

Minhas coplas e a guitarra

Que não dão prejuízo nem lucro.

Levo no lombilho dessa estrada

Que o homem batizou por destino

Que é incerto como o vento

E bugre qual um malino.

Danielle Lorenzi
Enviado por Danielle Lorenzi em 29/07/2010
Reeditado em 22/08/2011
Código do texto: T2407138
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