O Destino
O destino é como um potro
Já com três anos fechados:
Ou se ajeita para a doma
Ou se bendiz por aporreado.
O que ontem girava e trocava patas
Hoje já só chamarreia,
Amanhã aceita os arreios e o basto,
Depois de amanhã por manhoso se baldeia.
O meu destino é reculuta
Estende o braço e volta ao leito.
E eu recorro a minha várzea
Como me gusta ao meu jeito.
Me vou trançando a payada
Com quatro versos teatinos
O que vem da campa bem me serve
O rancho, a tropa e o gateado brazino.
O que o patrão véio me deu
Freio gemendo em relancina,
O campo em lida e arte,
Poncho e sombreiro por bainha;
Corda de couro cru
Na armada e na cincha do chucro,
Minhas coplas e a guitarra
Que não dão prejuízo nem lucro.
Levo no lombilho dessa estrada
Que o homem batizou por destino
Que é incerto como o vento
E bugre qual um malino.