No dia em que ele se foi (á Leonardo Gaúcho)

No dia em que ele se foi

Não se via lua ou estrela

Até a soberana boieira

Recusou-se a brilhar no céu

E a manhã tirou seu véu

De um modo bem diferente:

O dia se destapava em luto

Pela memória de um gaúcho

Que deixava estes pagos que lhe foram inspiração

Pagando ao tempo seu pesado tributo.

No dia em que ele se foi

As guitarras se emudeceram

As cordeonas soluçavam

Sem abrir o fole, sem gemer

Pois ele cumpriu seu dever

De poetizar tempos e amores,

Caminhos de sangas e rios.

Deixou versos pros payadores

Inspiração pra os que viriam

Cantando um sul que já quase sumiu.

No dia em que ele se foi

Nossa estirpe ficou abalada

Mais nos reconfortava a esperança

Que ele passava em sua obra

Até o Rio Grande rebrota

Em céu, sol, sul, terra e cor

Que o belo poema que plantaste

Como dever, em nossa alma cresce

De levar a tradição á frente

Florescendo por ela cada vez mais nosso amor!

Danielle Lorenzi
Enviado por Danielle Lorenzi em 29/07/2010
Reeditado em 22/08/2011
Código do texto: T2407078
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