Na Minha terra, o amanhecer
Serenô lá na baxada
Enchendo de orvaio
A casa dos passarinho...
canta tico-tico na gaiada,
E pula o tisiu nas erva do caminho
Faiz festa a passarada.
Ao tratar os fiotes com o biquinho
E o gavião em revoada
Procura o ninho dos bichinho,
Mas o papai canário,
Aquele do peito amarelo,
Solta um canto estalado
Anunciando o gavião marvado,
Que di oio ta nos fiotinho
lá do pico das árve.
O canarinho amarelo espia
pra avisá a fêmea nus ninho
se o marvado do arto descia
e as baruienta maritacas
passa em revoada
fazêno grande burburinho...
E o galo vendo do morão impulerado
no terrero a carijó com seus pintinho
solta o canto pra avisá da arvorada
lá perto da casa do moinho
e lá vai nacendo o sor,
lá longe, onde o zóio num arcança,
colorino as agua do riacho
que no terrero ali pertinho
corre serena e mansa,
mas tão limpinha
que o amarelo do sor
inté parece que dança
quano resvala e descansa
nos costado do pexinho...
Assim é na minha terra
vê o dia amanhece,
vê as prantinha na serra
com orvaio revivê.
Vivo nessa terra bençoada como que!
e nela, por sorte um dia, quarqué ei di morrê.
(umvelhomenino)