Por entre amores, em Minas. (de Gustavo para Lúcia da padaria)

Todos hábitos mineiros

Todos que são compadres

Sabem o quanto é bom tirar leite de vaca

Sabem bem como caçar uma paca

Pesca, prosa e graça

Dizendo que no rio tinha muita piranha

Como essas desta praça!

Para Minas não tem som bonito...

Não sem as penumbras da boemia.

Um verso errado não é escrito!

Eu amo a Lúcia da padaria!

Que ao amanhecer me diz bom dia...

Que ao escurecer me apego

Encontros entre música e ego

A todas as suntuosas fantasias

Que rodeiam as montanhas

Danço lentamente por entre elas

com minha sombra em parcelas...

Vai devagar como minas

Sigo o vento que guia sinas

Eu já tenho muito pra contar na praça

Já fui de um lado ao outro do rio!

Comecei pequeno, mas mineirinho...

Deixem as mulheres nas janelas

Deixa as histórias saírem pelos ares...

Serenatas se estenderem como cabelos

Que resgatem o verdadeiro

Jeito amoroso do mineiro

Que vai de passageiro

No táxi da Lúcia da padaria

Ela trabalha dois turnos!

Ah Lúcia...quem diria!

É...Minas tem dessas coisas

Tanto acontece nas cabeças caladas

Que acabam saindo outras mentes,

em transtornos!

Rezo pra que esta natureza

não se acabe!

Essa força de raiz

Que ampara e sufoca

Gustavo Martins Pistoresi
Enviado por Gustavo Martins Pistoresi em 07/09/2006
Código do texto: T234576