Pequeno e Grande Homem

Um menino tão miúdo,

Em cima de um cavalo.

Passava com a boiada

Deixando marmanjo pra baixo.

Guiava com desenvoltura,

Um canto triste entoava;

Por onde passava o bando,

Seu canto ficava marcado.

Protegido pelo couro:

Gibão, guarda peito, perneira,

Luvas e chapéu adornado.

Suportando os espinhos

Pra não sair esfolado.

O Sertão não lhe faz correr,

Enfrenta mato fechado,

E deixar de ser vaqueiro é morrer.

O vaqueiro é respeitado.

Ele sabe as manhas da terra.

Trabalhador na marra.

Ama o cavalo e o gado;

Desconfiado, cara amarrada,

Marcado pelo sol e pela seca.

Ser vaqueiro é ser herói,

Sem troféu, sem pousada.

Ione Sak
Enviado por Ione Sak em 13/06/2010
Código do texto: T2316735
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