Pequeno e Grande Homem
Um menino tão miúdo,
Em cima de um cavalo.
Passava com a boiada
Deixando marmanjo pra baixo.
Guiava com desenvoltura,
Um canto triste entoava;
Por onde passava o bando,
Seu canto ficava marcado.
Protegido pelo couro:
Gibão, guarda peito, perneira,
Luvas e chapéu adornado.
Suportando os espinhos
Pra não sair esfolado.
O Sertão não lhe faz correr,
Enfrenta mato fechado,
E deixar de ser vaqueiro é morrer.
O vaqueiro é respeitado.
Ele sabe as manhas da terra.
Trabalhador na marra.
Ama o cavalo e o gado;
Desconfiado, cara amarrada,
Marcado pelo sol e pela seca.
Ser vaqueiro é ser herói,
Sem troféu, sem pousada.