Pantanal: beleza desprezada.
Elevação das águas sobre verde relva,
constancia secular a molestar este lugar.
Recuo dos bovinos a deriva nas ilhotas, como em embarcações sem rotas,
seqüências anuais, já catalogadas em manuais.
Outros cantos do planeta com situações semelhantes,
induzem o harmonizar e arroubos naturais contornar.
Quinhentos não foram suficientes, outros não serão diferentes,
governantes coniventes, belo campo a mercês das enchentes num eterno perdurar.
Maravilha “sudamericana” refúgios dos jacarés e sinimbu... a nossa iguana,
vamos por os olhos a esta verde manta que ao mundo encanta.
Não deixemos que ocorra como no norte amazonense, que a nós não mais pertence,
berço suave... sem poluição, infelizmente em mãos de outra “União”.
Este belo e esverdeado tapete sarapintado de lago... reflete paraíso ensolarado,
tem encosto em linha fronteiriça, de um povo sem cobiça.
Gente desinteressada, visão turvada não sabem que o tesouro recosta-se ao lado.
Sorte a nossa filhos desta Nação, ter vizinho com tal mansidão,
e os que tomaram o norte... ainda não chegaram a esta região.
Abraão Leite Sampaio.