SERRA BOA VISTA ( * )

Tempo velho foi passando

Foi virando novidade

Lugar que era sertão

Evoluiu virou cidade

Mas recordo com saudades

Do velho tempo que foi

Quando os bois puxava o carro

Hoje o carro puxa os bois.

Há muitos que valorizam

Mantendo viva as tradições

Carro de bois esta presente

Nas festas e mutirões

A verdade é mesmo esta

Carro de bois hoje é festa

Reunindo multidões

Quando chega o mês de julho

Carreiros estão preparados

Nas noites de lua cheia

Todos anos é marcado

A festa do carro de bois

Grande evento esperado.

Começando na lavoura

Com o milho pra transportar

A tarde carregam os carros

A noite vão festejar.

Quando brilha a Estrela Dalva

Carreiros juntam as boiadas

Logo cedo tudo pronto

Pra botar pé na estrada

Carreiro tira o chapéu

Rogando ao Deus dos céus

Que abençoe sua jornada.

Meio dia de viagem

Já se avista a não distante

A Serra Boa Vista

O trecho mais importante

Muita gente reunida

Paisagem fascinante.

No alto da Boa Vista

É ponto de alegria

Animado arrasta pé

Tem viola e cantoria

Contato com a natureza

O canto dos bem-te-vis

O cheiro da flor do campo

Bem perto canta a perdiz

Araras em vôo rasante

Vão pousar nos buritis.

Carreiros entusiasmados

Sobe a serra, sobe morro

Carros de bois, carros de bodes

Até carros puxados a cachorro

Carreiros grandes personagens

Esbanjam sabedoria

Galgam a serra Boa Vista

Demonstrando maestria

Entre aplausos emocionantes

De turistas e visitantes

Que ali passam todo o dia.

Gente de todas as idades

Além de carros e boiadas

Também algumas centenas

De acompanhantes em cavalgadas

O ar fresco das campinas

Da mais pura qualidade

A Serra Boa Vista

A todos deixa saudade.

( * ) A referida poesia é de autoria de ( Manoel da Silveira Corrêa - conhecido em Vazante-MG como: Manoel da Tunica). Disponível em: http://rogerioscorrea.blogspot.com