SINFONIA NORDESTINA
Nessa terra de maldade
onde tudo vale o que pesa
encontrei na amizade
a saudade que se preza,
pra cantar o meu Nordeste
e o talento do seu povo
lugar de cantiga alegre
de folguedo e de renovo.
Eu não canto esse Nordeste
que muitos estão cantando:
lugar feio, terra agreste,
de miséria e abandono.
Canto sim a minha terra
dos meus sonhos de criança:
lugar onde o gado berra,
onde há chuva de bonança.
Essa terra tão querida
por muitos abandonada,
terra de sorriso e vida,
de reisado e vaquejada,
lugar de peão valente,
humilde e corajoso,
do forró e do repente,
de um povo maravilhoso.
Foi pensando na coragem,
na bondade e na alegria
pra cantar minha saudade
eu fiz essa sinfonia.
Sei que palavras me faltam
pra dizer tudo o que sinto
mas as que digo, exaltam
o bravo povo nordestino.
Se você é nordestino
siga o dito do seu povo:
na peleja com o destino
se cair, lute de novo.
Eita povo de coragem,
eita povo de respeito,
que não teme estiagem,
que não teme preconceito.
E eu encerro esse meu canto
essa humilde sinfonia
sem tristeza, sem quebranto
pois meu canto é de alegria.
Se o político não presta,
nordestino é um guerreiro,
que trabalha e que faz festa
como todo brasileiro.
Salve o povo da Bahia,
de Sergipe, de Alagoas,
Pernambuco, Paraíba,
Ceará, só terra boa!...
Salve o Rio Grande do Norte,
Piauí e Maranhão,
povo alegre, povo forte,
o orgulho da nação...
Vai, guerreiro nordestino,
Ah, teu destino é lutar.