FRUTA DE CONDE

A tarde já ia, devagar.

A noite já vinha, pra chegar,

A fome batia, pra merendar.

O meu amor fazia renda, rendar.

Faca de ponta, pra afiar.

A morte não conta, pra começar.

A noite é longa, pra namorar.

Cavalo de monta, pra cavalgar.

Lama de barro menino, vai lá buscar,

Pra mariinha menino, poder moldar.

Vai bem depressa, um pé lá e outro cá

Pra “mode” o barro menino, não “empedrá”.

Noite já longe vai, adormecer.

Lua se esconde cai, pro sol nascer.

Fruta de conde, ai, vai recolher,

Que mata a fome sai, é de comer.