Rio São Francisco

Velho Chico, me preocupo com o seu destino,

você é a redenção do nordestino,

Com suas margens e leito.

Diante de tanta beleza,

Estão agredindo a natureza,

Abrindo uma fenda em seu peito.

Sei o quanto és importante

Com tuas barragens e pontes,

Para os cinco estados da nação.

Tão tranqüilo e sereno,

Tenho medo que falte o oxigênio

Para encher um só pulmão.

Os homens com a sua sabedoria

E com tanta tecnologia,

Teriam que encontrar um jeito.

Usando mais suas mentes

Para levar água aos carentes

Sem fazer sangrar o seu leito.

Que os surubins e dourados

Não sejam contos do passado,

Para a futura geração.

Que eu possa contar um dia,

Que as coisas que a natureza cria,

Estão tendo a preservação.

Tenho medo lhe confesso,

Que em nome do progresso,

Sequem os seus afluentes.

Não terão mais barcos e canoas

Nem as carrancas nas proas

dos barcos remanescentes.

Os homens estão lhe sugando,

Não percebem que estão acabando

Com as águas, peixes e lendas.

Parem com essa loucura!

Pensem um pouco e procura

Não apertar mais a moenda.

Às autoridades eu faço um pedido:

Que meu apelo seja ouvido

Desse sertanejo seu irmão.

Que me façam um juramento,

De não acabar com os alimentos

Colocando veneno no pão.

Você que é a natureza

E dá a esperança de um amanhã melhor,

Alimentando com o seu maná as famílias franciscanas

Que se orgulham por serem parceiras de Deus.

Otaviano de Carvalho
Enviado por Otaviano de Carvalho em 09/02/2010
Reeditado em 06/04/2010
Código do texto: T2078269
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