TRÊS RIOS, MINHA TERRA
Minha querida Três Rios seu nome condiz!
Terra onde outrora habitavam
os índios Purys
Os primeiros habitantes que aqui se viu
Do cacique Parintin e sua filha Purini
Lá pelas bandas de Moura Brasil
Terra de amores e de saudades
Se é lenda ou realidade
Só o tempo poderia nos dizer
Dos amores do passado e do presente
Do amor de Purini e Albano.
Tão belo e inocente
Purini que com seu jeito delicado
Encantou profundamente o soldado
Homem valoroso de grande intrepidez
Sargento, Albano José Henriques de Guimarães
Ele era português
E antes que selassem esse amor ardente
Purini suspira tão precocemente
Tomada, assim, por uma flecha fatal
A jovem índia nunca lhe saiu do coração
Albano voltou, então, a Portugal
Paraíba, Paraibuna e Piabanha
Traçam suas grandes façanhas
A língua tupi-guarani faz assim menção
Paraíba – rio imprestável a navegação -,
Paraibuna, que vem até aqui suas águas lançar,
águas turvas do mar,
Piabanha que tem seu significado
– o que é manchado -,
mas, também, aqui este banha
Ó cidade reluzente!
Enalteço-te alegremente
Por aqueles que nos legaram
Tua história de valor
Com orgulho e com coragem
Em tua mais tenra idade
Entre-Rios te chamaram
E como outras duas tais
Que tinham a mesma identidade
Uma na Bahia, outra nas Minas Gerais
Passaste, então, a te chamar Três Rios
Em uma merecida homenagem
Aos seus três rios principais
És digna de todo nosso apreço
Cuidado e circunstais
Cresceste e te formaste adulta
E tua beleza ainda avulta
Dentre todas as demais
Antônio Barroso Pereira.
De Entre-Rios, o Barão
Fundou cinco grandes fazendas: Cantagalo,
Rua Direita, Piracema, Cachoeira e Boa União
De Cachoeira surgiu a São Lourenço
Criada por Antônio Barroso Pereira,
o filho do Barão
Seu nome era tal como o do pai
Foi homem rico e bom coração
Antônio Barroso Pereira, o filho
Sua fama, de ninguém se esconde
Foi casado com a prima do Duque de Caxias
Mariana Cândida Pereira Bello
Tornou-se de Entre-Rios, o Visconde
Por cá, também, passou o “Tiramorros”
E sua patente era de Capitão
José Antônio Barbosa Teixeira
Fundou, a fazenda primeira, em nossa região
Deu-na o nome de Bemposta.
Sua obra é notável. Não havia obstáculos,
Nem sequer uma encosta,
Que lhe fosse superável
Mas a história ainda conta mais
Nos fala de uma mulher singular entre tais
De Entre-Rios, a Baronesa
Que nos surpreende com sua nobreza
E, também, com a grandeza
Do seu rico coração
Claudina Venâncio de Jesus
Cujo ideal nos conduz,
com tão forte emoção,
a termos em sua pessoa
nossa eterna gratidão
Temos outro nome que nos sobressai
Que durante a guerra do Paraguai
Ao governo imperial
Deu grande colaboração
José Antônio Barroso de Carvalho
O sobrinho do Barão
Casou-se com a prima Mariana Claudina
E deu grande contribuição
Para que a rodovia e a ferrovia
Chegassem à região
Em agradecimento aos seus grandes serviços
Deu-lhe o governo imperial
O título de barão
Barão do Rio Novo foi chamado
E mais tarde elevado
Para orgulho do nosso povo,
A uma nova condição:
A visconde do Rio Novo
Mariana Claudina Pereira de Carvalho
Filha dos barões de Entre-Rios
Privou-lhe a vida um regalo
Do casamento ela não teve filhos
E com a morte de sua mãe
Tomou posse a Baronesa
Da fazenda Cantagalo
Tornou-se uma Viscondessa
E na sua viuvez, foi elevada a Condessa
Num raro acontecimento da história
Da nobreza brasileira
Foi um marco para o nosso povo
Aguerrida e pioneira
É por todos considerada
Fundadora de Três Rios
Viva a Condessa do Rio Novo!
Três Rios sempre fostes admirada
E pelo fato de ser muito bem localizada
É também considerada
O maior entroncamento rodo-ferroviário
Que neste país já existiu
Recebeste do ex-presidente
Juscelino Kubitscheck
Uma merecida homenagem, ele lhe chamou:
A esquina do Brasil
Minha querida Três Rios
Excelso é o teu valor
Alçava o poeta em teu louvor
Na canção que nos leva a te exaltar
“Salve solo fecundo e bendito”
Pois, também me permito
Com devoção declarar
E como teu filho acredito
Que não existe noutro lugar
As belezas que encontro eu cá