Serra de meus amores
Ó minha serra de meus amores!
Ó montanhas repletas de primores!
Ó prados verdejantes!
Ó límpidas nascentes!
Ó doce frescor dos rios que te banham
Ó formosa serra de mil riquezas
Eleva-me do chão até os pés das nuvens
As nuvens são teus véus!
No céu pássaros louvam!
Tuas belezas! Terna majestade!
Dos primores nascem ternos fragores!
Fazes de nós eternos sonhadores!
Tudo em ti é precioso!
No inverno veste branco!
Vestindo de paz teus horizontes...
Ao redor da fogueira doce alento!
A cuia... A erva... Amargo chimarrão
Saboroso churrasco!
Campeiro fogo de chão!
Enchem-se as mesas com teus sabores...
No cume guardas teus mil segredos
De tua prosperidade fraterna!
Fiel ventre materno!
Acolhe o que é moderno,
Mas jamais esquece tuas raízes!
Sim! Declaro-te meu paraíso...
Teus jardins floridos de esplendores
Deleitam meus olhos!
Purificam minha alma!...
A chuva enaltece teus odores!
Banhamo-nos com delicados pingos,
Rolamos em teus barros sagrados,
Fizeste-me tão feliz!
Deste imensa alegria!
Nas Gotas d'águas na grama banhavam
E eu como um peixinho me deleitando
Ó serra de lembranças tão serenas!
Guarda-me eternamente
No teu seio grácil!
Nos ternos orvalhos tocando a grama!
Venero tuas belezas naturais
Sim! Quero voar nos teus penhascos!
Redescobrir-te sempre,
Como quando era criança...
Var amanhecer manhãs mais vividas,
Nos pôr–do-sol me reerguer de esperança
Sim! Brindar-te com dourados cálices
Saborosos primores!
Deleitosos amores!
Deixar-te aos meus filhos de herança!
(Joselito de S. Bertoglio)