ANDANTE
Eu renasci em muitos povos
Nas Américas do mundo...
Antigo, por rumos novos.
Sorvendo cada segundo...
Uma alma evoluindo...
Sovada nas diferenças.
Campeando rumo e seguindo
No campo, altar das crenças.
E pelo lombo dos potros
Retemperei o meu brio.
Se fui palanque pra outros...
Para mim mesmo, fui rio!
Andei cortando caminhos
Talvez percorridos antes...
O instinto brota sozinho,
No coração dos andantes.
Nos gritos de era, era!
Campo aberto, sem cerca...
Alma curtida na poeira,
Pra que a tropa não se perca!
Um dia andei perseguido,
Igual ao boi que desgarra.
Também me vi comovido,
Ouvindo sons de guitarra!
Conheci ricos e pobres
De caráter ou de “plata”
Sentimentos ruins ou nobres...
Um que é vida, outro que mata!
Gente iludida na estrada
Sem ouvir seu coração...
Se foi, e não levou nada;
De nada vale a ambição!