REGUEMOS

Meu Deus!

Nosso rio está morrendo

Timidamente correndo

Direto pro fim.

As águas, cada vez mais

minguadas.

Interesseiros cada vez mais

constantes.

Estes, insaciáveis e insistentes

Aquelas, em seu ninho sangradas

E nesse sangramento o que jorra

Não é o sangue e nem a água

São as nossas lágrimas que rolam

Perenes, buscando uma desforra

E o incauto que de longe chega

Com o seu trator na mão

Destratando tudo e mais

prometendo.

Faz da cidade uma cabra-cega

Mas mesmo assim eu sonho e

sonho

Com o meu rio rindo nas pedras

Disparando alegrias na gente

Vencendo esse crime medonho

E assim reguemos.

Meu Deus!

Meu rio está morrendo

Timidamente correndo

Direto pro fim;

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Alorof.

Ao Rico, rio das Éguas , de Correntina, quando foi 01-09-85.

Alorof
Enviado por Alorof em 27/12/2009
Reeditado em 01/07/2023
Código do texto: T1998284
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