REGUEMOS
Meu Deus!
Nosso rio está morrendo
Timidamente correndo
Direto pro fim.
As águas, cada vez mais
minguadas.
Interesseiros cada vez mais
constantes.
Estes, insaciáveis e insistentes
Aquelas, em seu ninho sangradas
E nesse sangramento o que jorra
Não é o sangue e nem a água
São as nossas lágrimas que rolam
Perenes, buscando uma desforra
E o incauto que de longe chega
Com o seu trator na mão
Destratando tudo e mais
prometendo.
Faz da cidade uma cabra-cega
Mas mesmo assim eu sonho e
sonho
Com o meu rio rindo nas pedras
Disparando alegrias na gente
Vencendo esse crime medonho
E assim reguemos.
Meu Deus!
Meu rio está morrendo
Timidamente correndo
Direto pro fim;
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Alorof.
Ao Rico, rio das Éguas , de Correntina, quando foi 01-09-85.