Abaixo os medíocres
Medíocres seres enceguecidos e doentios
me rodeaim todos os lados só brincando,
incoerentes, zombaria parindo desvarios;
será mero pecado a ociosa mediocridade,
ou mais que isto será morte viva raiando?
Somos isso mesmo, irmãos do infortúnio,
ou menos que isso, acusado pelo cônscio,
que esmagamos dentro do sonho fugidio;
o anti silogismo s'omite desd'o exórdio!
Preferindo ignorar e não tomar partidos,
avivando a covardia dos auto-excluídos,
vindos do nada sem jamais sair do nada,
oh irmãos, há tempo de tornar a estrada,
e nunca ser imundície ventada e chovida,
que pelo chão dessedentad'é toda sorvida.
Adeus àquela roupa de ontem apequenada,
que me corroia mutuamente em disparada!
Alvorecendo,sigo o sulco solar e me arrojo
no próprio êxodo que abole mediocridade,
ai de mim,fútil,oco e rasgado, eu me enojo
e desnudo meu destino rumo à eternidade!
Enquanto admiro o luar parado faço planos
de assim não ficar, afogando os desenganos,
de assomar desesperanças; quero luz varrer
infinito afora feito um sol de ouro a morrer,
sulcando a noite com o seu sempre renascer!
Avante medíocres inertes, içai logo bandeira
com que o ébrio liberto ganha a vida inteira,
cônscio de que elevado salto demanda impulso
que desfaz culpa, temor e troveja um soluço!
Santos-SP-29/06/2006