LAVADEIRAS DE CORRENTINA
As lavadeiras
Lavam a dor nas corredeiras
Enquanto seus maridos
"Lavam a jega"
("Ai que dor nas cadeiras!")
As lavadeiras
De lá do Canto do muro
Enquanto enxaguam o futuro
Seus maridos lavam a alma
("Ai meus filhos feitos no escuro!")
As lavadeiras
Quaram roupas no Remansão
Enxaguam almas na ilusão
E seus maridos lavam-pés
("Ai meu Deus, meu São Siprião")
E o rio das Éguas corre
Pras éguas corre
E às léguas, morre.
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