sem ter como isso registrar , tirei foto com a imaginação
uma casa de taipa chão batido
o terreiro arrudiado de fulô
na janela uma cortina de tricô
uma cerca de arame retorcido
uns cabritos no pasto destraidos
no alpedre alguem bate o pilão
no roçado a dibúia de feijão
no fogão a panela à coziar
e sem ter como isso registrar
tirei foto com a imaginação
um adjunto para uma farinhado
a alegria impera sem cessar
o caititú começa a zuar
que de longe se ouve a zuada
vem mandioca, vai raspando e a meninada
faz fulia ca maior animação
farinha mole, piçica é tradição
e no forno o beijú para assar
e sem ter como isso registrar
tirei foto com a imaginação
um casal que ainda começando
a descobrir o feitiço do amor
sorridente recebendo uma fulô
isso prova que os dois tão se amando
um tapinha, um beijo e vai esquentando
que se ouve o pulsar do coração
o orvalho regando essa paixão
os vaga lumes ao redor a festejar
e sem ter como isso registar
tirei foto com a inaginação
foi erguida a latada no terreiro
com certeza terá arrasta pé
se aglomera os home as mulé
os mininos as mininas os companheiros
já se encontra lá dentro o safoneiro
tocando o xaxado o baião
a pueira currupia sobre o chão
que da até pra alguem se sufocar
e sem ter como isso registrar
tirei foto com a imaginação
de manhã com a barra já quebrando
uns cuchilando, uns bebo outros caido
o sanfoneiro pra lá de esquecido
que nem sabe o que mais está tocando
de repente um por um vai se afastando
o sol já mostrando o seu clarão
tudo valeu foi grande a animação
eu tambem parti pr'outro lugar
e sem ter como isso registrar
tirei foto com a imaginação
poeta pica pau