BEM-TE-VI COQUEIRO CHORANDO



Ó minha majestosa cidade,
És meu `scudo d`imaginação,
Levarei infinitas lembranças,
Para morar no meu coração.

Filha do sertão maranhense,
Imponente tu sempre serás,
Não há glórias sem sacrifício,
E nem louvor sem obstáculo.

Em teu panorama brilhante,
Onde passeias em louvores,
Na manhã bela e faiscante,
Cantando nos campos verdores.

És a heroína do sertão,
Onde te vejo modernista,
Tu, nesta verdura promíscua,
Em versos esta linda canção.

Ouço sempre as brisas soprarem,
Em tuas palhas esmeraldas,
N`estimado e belo coqueiro.

Princesa do Sertão Maranhense,
És a nascente do notável,
E ofuscante Gonçalves Dias,
Ergues as nobríssimas palmas,
E nunca cesses de balançar.

Imploro que vós não façais,
Com a mão direita, a injustiça,
Que esta terra do meu babaçu,
Por Deus seja sempre feliz.

Suplico que nós não façamos,
Com as nossas humildes mãos,
Os excídios dos coqueiros,
Dantes que este poeta morra,
Quero ainda ouvi os belos gorjeios,
Dos bem-te-vis nos coqueirais.

Caxias fértil do Maranhão,
Onde corre o leite em riqueza,
Terra onde nascem os poetas,
Orgulho do nobre poeta.

Meu querido verde babaçu,
Não ouvi outro semelhante a ti,
Tão opíparo e celebérrimo,
Quanto as tuas ofuscas palmas,
Estalando dentre os cocais.

Ouço sempre as brisas soprarem,
Em tuas palhas esmeraldas,
N` estimado e belo coqueiro.

Acordem! Meus caxienses,
Nossas palmeiras verdejantes,
Já começaram a balançar,
Pra direção que o vento dá.

Em teu panorama brilhante,
Onde passeias em louvores,
Na manhã bela e faiscante,
Cantando nos campos verdores.

Meu querido verde coqueiro,
Que derramas os meigos prantos,
Nas nobilíssimas palhinhas,
Que n` aurora da bela manhã,
Vejo tristemente por lá.

Não choras palmeira plangente,
Mais tarde há por quem chorar,
Não permaneças lastimosa,
Eu também já tive tristonho,
Nunca quero vê fúnebre,
Pois, mandar-te-ei consolar.

Vossos amenos bem-te-vis,
Gorjeiam este rico canto,
Somente para te glorificar.

A bola da vida amarela,
Enxuga o teu límpido rosto,
Nunca fiques taciturno,
Meu querido verde coqueiro.

Não choras palmeira plangente!
Não choras por teu `lustre filho!
Faiscante Gonçalves Dias.

Vossos amenos bem-te-vis,
Gorjeiam este rico canto,
Somente para te glorificar.

Ó jovem cocal! Não ficas triste!
Meus bem-te-vis e os sabiás,
`stão nos graciosos cocais,
Somente pra te glorificar.

Ó meu querido verde coqueiro,
Que derramas os meigos prantos,
Nas nobilíssimas palhinhas,
Que n` aurora da bela manhã,
Vejo tristemente por lá.

Acordem meus caxienses!
Acordem meus caxienses!
Nossas palmeiras verdejantes,
Já começaram a balançar,
Pra direção que o vento dá.

Vossos amenos bem-te-vis,
Gorjeiam este rico canto,
Somente para te glorificar.

Não choras palmeira plangente!
Não choras por teu `lustre filho!
Faiscante Gonçalves Dias.

Nesta vida cotidiana,
Continuam os meus bem-te-vis,
Sempre de luto nas aselhas,
Cantando no ápice da palmeira,

Bem-te-vi coqueiro chorando,
Com as palmáceas molhadas.

Bem-te-vi coqueiro chorando,
Com as palmáceas molhadas.

Bem-te-vi coqueiro chorando,
Com as palmáceas molhadas.

Bem-te-vi coqueiro chorando,
Te vi bem coqueiro chorando,
Com as palmáceas molhadas.

Peço-te meu cantor bem-te-vi,
Dantes qu`este poeta morra,
`inda quero ouvi os gorjeios,
Bem-te-vi coqueiro chorando,
Com as palmáceas molhadas.



(1976)

ERASMO SHALLKYTTON
Enviado por ERASMO SHALLKYTTON em 21/06/2006
Reeditado em 30/09/2011
Código do texto: T179703
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