LINO DO BOI

Dez / 1977

Lá vem Lino com o boi da cara preta

descendo a ladeira da rua da “fusaca”

em pavorosa alegria de reis.

Entre bumbas, gaitas e reco-recos

lá vem Lino, berrando de alegria, fingindo ter medo do boi!

Entre uma multidão esquecida da dor

vem Lino no dorso do povo

no berro do boi!

Vêm transformando os ares em arrelia ...

Lá vem Lino

galopando seu malhado cavalo-de-pau!

O menino assustado tenta fugir

mas não resiste ao assédio

a forte atração, o fascínio do boi!

Lá vão eles numa procissão de alegria e tradição.

O boi corre temendo o vaqueiro Lino

que corre escandalizando em alegrias

o medo do BOI!

Canta hilariante o terno das coãns

eternizando refrão: EI, BOI, EI, BOI, EI, BOI, EI, BOI ...

Lino e a multidão

num mesmo de mãos dadas com a alegria

cantam e bailam na rua

deixam um rastro de saudade!

...

De repente vejo que o tempo passou

busquei pelas ruas de Correntina

as lembranças de Lino e seu Boi...

Ninguém soube dizer-me quem era LINO

ninguém sabia do seu BOI!

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A tradição que não resistiu ao descaso das autoridades e do tempo. A bravura de um valente vaqueiro, que deixou registrado na história da cidade, o folclore; movimento que mede a cultura e evolução de um povo.

Flamarion Costa
Enviado por Flamarion Costa em 16/07/2009
Reeditado em 03/05/2010
Código do texto: T1702591
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