BÁIA
Lá vem a menina Báia, preta baiana fogosa!
Vem requebrando as cadeiras, distribuindo alegria!
Vem trotando seus fartos seios...
Insinuando loucuras com seu sorriso obsceno!
Preta arrebitada, assanhada, que burila meus pensamentos!
Ao sair a porta da rua, ela atrevida levanta a saia e roda
“assim Marianita assim, assim Marianita não!”
De combinação e sem calçola... ula! lá, lá!
Lá vem Báia, pelo corredor do casarão da praça
com a saia na cara a sorrir!
Que bela era ela, doce fera faminta de amor!
Preta arretada, emperiquitada de renda e chita
provocando redemoinho no banco da praça
"a passear na floresta, enquanto o lobo não vém..."
Corre nua aos olhos da rua!
Quando não esvoaça para os fundos da casa
bananeira adentro na beira do rio prá fazer lutrimento...
- Báia ô Báia!
Grito Seo lobo lá do alpender do casarão...
e lá vai Baia esvoaçante correndo quintal a dentro
deixando o fedelho garoto com o prazer latejante nas mãos.
...
Fascina-me teu cheiro forte cativo
e o desejo de cavalgar seu dorso selvagem
embriagando-me no seu mel de rapadura!
doce e dura...
Lá está Báia lavando a roupa nas águas do maretão!
Todos os dias, a mesma hora...
a mesma arrelia dos fedelhos a exibir pra ela
nas marolas do meretão...
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Empregada doméstica de uma nobre família correntinense; que costumava levantar a saia, e descomposta deixava a vista seu manto negro de crespo veludo, caixinha de mel de rapadura tão cubiçado... enquanto a garotada no banco da praça, em frente, se masturbavam em bandos, feito cães delirando por uma cadela arredia, que não vinha.