O COCO BABAÇU E A SOJA
Do coco babaçu tudo é abençoado,
Com a casca se faz o melhor carvão.
Manelito Carvoeiro fica todo suado,
A Nega põe a panela e cozinha o feijão.
E ainda come a farinha do babaçu,
Alegre, contente, vê tudo azul.
Tem noites que não dormem,
Os ricos estão vendendo as terras,
Como se vendem abóbora e melão.
Quem compra passa arame farpado,
Criam gado e constroem portões.
As quebradeiras de coco, vêem de longe,
Não pegam mais o coco no chão.
O governo quer o progresso,
Esquece que o coco fez divisa,
Do Maranhão para o Mundo.
Os homens da soja derrubam as palmeiras,
Com dois tratores e um grande correntão.
Cada uma puxa de um lado,
Lá vem o correntão na barulheira,
Pondo todas as palmeiras no chão,
Não fica uma nem para o gavião.
Em menos de cinco horas,
Parece um deserto no sertão,
São mais de trinta quilômetros,
De plena e malvada devastação.
As quebradeiras sofrem no Maranhão.
As palmeiras teimosas, ainda nascem,
Mostrando que sua terra é o Maranhão,
Aplicam veneno no olho das pindobas,
Crueldade, as palmeirinhas choram!
Adeus palmeira nova! Adeus babaçu!
Nunca mais hás de nascer! Ó Babaçu!
Que já fez muitas fortunas, hoje é soja.
Ganhar muitos dólares e euros,
Alimentando de graça,
O gado alheio no estábulo.
Onde está a preservação da natureza?
Plantar soja em pleno sertão?
Abandonando as terras do Sul.
Quando cair a soja, como vai ficar a situação?
Devastam as matas, fogem os animais,
Acabam com a biodiversidade,
Eles querem é lucratividade.
Aí, eu vou gritar e brigar pelo meu pão,
Eu só sei juntar e quebrar coco,
Babaçu, é minha única profissão!
Eles não sabem o quanto custa,
Uma palmeira de coco babaçu,
Adeus palmeira de babaçu!
Se Gonçalves Dias fosse vivo,
Versejava assim:
“Minha terra não tem palmeiras,
Onde não canta o sabiá”
Do coco babaçu tudo é abençoado,
Com a casca se faz o melhor carvão.
Manelito Carvoeiro fica todo suado,
A Nega põe a panela e cozinha o feijão.
E ainda come a farinha do babaçu,
Alegre, contente, vê tudo azul.
Tem noites que não dormem,
Os ricos estão vendendo as terras,
Como se vendem abóbora e melão.
Quem compra passa arame farpado,
Criam gado e constroem portões.
As quebradeiras de coco, vêem de longe,
Não pegam mais o coco no chão.
O governo quer o progresso,
Esquece que o coco fez divisa,
Do Maranhão para o Mundo.
Os homens da soja derrubam as palmeiras,
Com dois tratores e um grande correntão.
Cada uma puxa de um lado,
Lá vem o correntão na barulheira,
Pondo todas as palmeiras no chão,
Não fica uma nem para o gavião.
Em menos de cinco horas,
Parece um deserto no sertão,
São mais de trinta quilômetros,
De plena e malvada devastação.
As quebradeiras sofrem no Maranhão.
As palmeiras teimosas, ainda nascem,
Mostrando que sua terra é o Maranhão,
Aplicam veneno no olho das pindobas,
Crueldade, as palmeirinhas choram!
Adeus palmeira nova! Adeus babaçu!
Nunca mais hás de nascer! Ó Babaçu!
Que já fez muitas fortunas, hoje é soja.
Ganhar muitos dólares e euros,
Alimentando de graça,
O gado alheio no estábulo.
Onde está a preservação da natureza?
Plantar soja em pleno sertão?
Abandonando as terras do Sul.
Quando cair a soja, como vai ficar a situação?
Devastam as matas, fogem os animais,
Acabam com a biodiversidade,
Eles querem é lucratividade.
Aí, eu vou gritar e brigar pelo meu pão,
Eu só sei juntar e quebrar coco,
Babaçu, é minha única profissão!
Eles não sabem o quanto custa,
Uma palmeira de coco babaçu,
Adeus palmeira de babaçu!
Se Gonçalves Dias fosse vivo,
Versejava assim:
“Minha terra não tem palmeiras,
Onde não canta o sabiá”