BELA VISTA
Mesmo deitado, fico a olhar...
Simples deleite de todo dia;
rica imagem de um verdor indefinido:
azulado, cinza, neve, hipnótico...
Recebo pela janela o efeito sonífero
dessa gostosa indefinição.
Outra vez aí estás, no lugar em que estavas ontem.
Bonita, imponente, altíssima...
Também a me olhar, a contemplar Lorena, a cuidar do Vale...
Fiel guardiã.
Miro-te, admirado das cabeças de homens,
das esfinges e das formas abstratas que desenhas...
–– momento mágico...
Ah, Mantiqueira!
Suportarei a saudade, no dia em que do meu quarto
não te achar na moldura da janela?