CHUVA TEMPORÃ

Quem vive no sertão

Sabe do rogado

Se sobreviver da plantação

Oh, meu Deus, que pecado!

Chuva por lá é coisa rara

Não se iluda não

Sertanejo tem que ter raça

Para ganhar o pão

Filho reclama para comer

Ele nada tem prá dar

Doi-lhe a alma ao ver

No inocente olhar

De fome morrer!

Chora a providência certeira

Com fé no coração

Os olhos fixam a eira

Ao cair da chuva temporã

Da pele curtida do sol

Do chão duro imprestável

Tudo isso é passado

Porque a chuva prestimável

Modificou a paisagem.

Tunin
Enviado por Tunin em 20/04/2009
Reeditado em 20/04/2009
Código do texto: T1549805