O caixeiro viajante e errante
Venho de longe...
“Meu senhor e
minha senhora!!!”
Venho ao vossos lar
anunciar minha vendagem.
Venho de onde o sol se esconde
E de onde a lua brilha céu a fora.
Conheci reis, cavaleiros e condes.
E onde toda a miséria aflora.
Bati de porta em porta
Oferecendo meus produtos.
E quando a saudade da terra natal corta
Coloco-a em um grande e imaginário reduto.
Atravessei pontes de madeira e estradas de terra.
Atravessei rios e suas correntezas perigosas.
Atravessei trilhos e sobrevivi as guerras.
E de noitinha descansava nos braços das meninas fogosas.
Dormi em albergues de subterfúgios,
Dormi sob marquises.
Para as tempestades de solidão, um refúgio:
Dormia com putas e atrizes.
Roubei frutos nos quintais,
Roubei beijo de moças bonitas.
Toquei viola à beira do cais
Chorando meu amor, chapado de biritas.
Tantas vezes vi a sorte,
Ganhei dinheiro e tive amores.
Tantas vezes vi a morte,
Ganhei doenças e tive dessabores.
Agora...
“Meu senhor e
minha senhora!!!”
Tenho em minha caixa aberta
Um pote de sonho e esperança.
Um remédio pra ferida aberta
Pra qualquer coração cansado de andanças...
Eis aqui meu produto chamado POESIA.