O Êxodo dos Quero Quero
O ÊXODO DOS QUERO QUERO
Sinto um calor no meu peito
Uma mescla de coragem e revolta
De ver tanto quero quero
Na cidade, do campo tão remota
Campos que por um dia andei
Campeando ovelhas parideiras
Curando terneiros, vacas e suas bicheiras
Tanto verde, tanto verde...
Mas não me iludo. Este verde não é tudo
É verde de lavoura que outrora era campo
E o soja não é tudo
Não vejo mais mananciais,
Nascentes, capões nem pantanais
Nem coleirinhos, azulões nem cardeais
Vejo colheitadeiras fazendo poeiras
E o homem de campo indo para as cidades
Sem eiras nem beiras
É...só se falam em globalização....
Mas onde se encaixam nela os picumãs do meu galpão?
E os quero quero, antes sentinelas do rio grande,
Hoje gritam, na cidade, reveindicando seu canto
Com seu canto: quero quero quero quero quero
Quero quero quero quero quero quero quero...