Onde estão os “Abas Largas”?
Nos idos de 50, o Esquadrão foi lançado
Quando dois Oficias e um Sgt, trouxeram do Canadá
Modelo de Patrulhamento
Que pela estampa fundiria o gaúcho da Pampa Larga, com o cavalo crioulo
Para atuar na Fronteira do Estado
Assim ficava criado o Patrulhamento Rural Montado
Redesenharam o mapa do Rio Grande
Marcando a cascos de cavalo
Por contrariar interesses escusos do poder vigente
Foram recolhidos a Capital
Anexados ao Regimento Bento Gonçalves
Sem contudo apagar o seu ideal
Em 56 por força de Decreto
Transformou-se RC em RPRMon
O Regimento “Cel Pillar” foi o pioneiro
Voltando, estes bravos guerreiros a defender o pago
com indômita galhardia
Onde estão os “Abas Largas”?
Onde estão os “Abas Largas”?
Ao redor dos Quartéis, nos hospitais, nos asilos, padecendo nas filas dos pecúlio, ou servindo nas fileiras celestiais, Lembranças só fazem chorar
As botas num canto jogadas, capa rural carcomida de traças
O velho chapéu desabado pelos anos, talabarte roto e culote sem vinco de outrora As esporas, remotas relíquias de andanças, tinem em eco nos peitos cansados
Onde estão os “Abas Largas”?
Onde estão os “Abas Largas”?
Continuam vivos na retina
Singrando vales e coxilhas
Centauros fardados, Quixotes farrapos
Dormindo ao relento, sobre os arreios em fundos de campo
Cortando geada, passando fome
Pois charque, água e bolacha
Era a comida dos homens
Por onde andam?
Os Oritz, Portos, Almeidas, enfim ...
O Sgt Caetano e seu beliscão de alicate
O Schultz com o relho rabo de tatu
Que fazia dupla afinada com a velha “35”
Moralizando as tascas onde família não entrava
Em Livramento no Cabaré da Maria Gorda
Em Bagé no Bico Verde, São Gabriel na Rua do Chapéu
Em Uruguaiana na Vinte Oito
Por onde andam?
Policiando carreiras, combatendo abigeato
Agindo como Juiz de Paz em pendengas de vizinhos
Servindo de estafetas, estreitando laços
Prestando assistência, velando o sono das casas
Onde estão os “Abas Largas”?
Onde estão os “Abas Largas”?
Perderam-se no tempo
A evolução, o progresso, os relegou a extinção
O burburinho de vozes, cascos e tinir de ferros
Farfalham no torvelinho da infância campeira
E... quem souber, aonde estão
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