TRIBUTO AO PÉ DE CEDRO

TRIBUTO AO PÉ DE CEDRO

(Paulo Teodoro Oliveira)

De passagem por Coxim

Contemplando o triste fim

Do frondoso pé de cedro

E chorei emocionado

Ao vê-lo escalavrado

Do pesqueiro onde me hospedo.

O seu cerne ressequido

Sustenta-se agora erguido

Como um velho e seu cajado

Circundado pelo aço

Que do chão vem feito o abraço

Do nosso poeta amado.

Sua sombra imponente

Já foi bela e atraente

Um símbolo natural,

Turistas deixavam o mar

Para virem retratar

A Coxim do pantanal.

Mas o cedro afamado

Encontra-se abandonado

Declinando para a morte,

Esperamos que as sementes

Deste arbusto tão valente

Possam ter melhor sorte.

Oh! Meu Deus, o que seria

Se não fosse a poesia

De Zacarias Mourão?

Do seu canto apaixonado?

Pelo cedro venerado

Naquela linda canção.

O que seria da história...

Sem este hino de glória?

Da cidade de Coxim?

Que após ser conhecida...

Deixou a seiva da vida

Para as brocas e cupins.

Sob o cedro altaneiro

O poeta, o pantaneiro

Desejou ser sepultado,

Mas o seu entusiasmo

Á sombra do marasmo

Tristemente foi deixado.

O descaso ainda é grande

Como o câncer que se expande

Nas entranhas do gigante,

Quais as frases perdidas...

Vagas promessas esquecidas

Em discursos elegantes!

Hoje o cedro esta doente!

E sofrendo decadente

Despede-se de Coxim,

E qual será o seu pedido?

Que importa não dão ouvidos

Para bobagens assim!

O pujante ruirá

E a saudade ficará

Registrada em nossa mente,

Prosseguir será preciso,

Arvores são seres vivos

E não duram para sempre.

Isso não é justificativa,

É a falta de iniciativa

Que em trapos pelas ruas,

Tropeça na incompetência

E que por viver de aparências

A verdade desvirtua.

Acordemos para a vida!

A natureza segue ferida...

Catástrofes acontecem aqui e ali

E se há lágrimas em meus olhos, nos teus!

Pelo amor de Deus

Salvem ao menos o piscoso Taquari.

Teodoro Poeta
Enviado por Teodoro Poeta em 27/12/2008
Código do texto: T1355219
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