AMO-TE, DOURO...
(Hoje trago-vos um pouco do meu Douro, com pitadinhas muito regionais de termos e costumes...)
Eu amo este meu Douro
De vinhas e rio feito,
Quando se veste de frio
E demarca a codo*
E espelha a ouro
As entranhas dum tesouro...
Eu amo este meu Sol
A tanta beleza afeito,
Que à sua arte confio
Os retoques de azul
A cobrir os gamões* jovens
De sulfato* e suor d'homens!
Eu amo este meu Solo
De xistos, onde me deito
Nas tardes de sesta e estio,
Quando o labor pede colo
E as uvas pesam esperança
De tonéis* e abastança!
Eu amo esta minha Terra
Mirada em sereno leito
Dum amante que é um rio
E a mira do vale à serra,
Na esperança que a vindima
Lhe traga bodas de faina...
Eu amo este meu Douro
Que o Outono d'ouro enfeita.
Rubis, ocres, cores em fio,
Êxtase de final labor
Nos dias de sol fugaz
Quando a tesoura* se faz...
Eu amo este meu Canto
D' estrofes em altar feitas,
Mesmo se o génio do rio,
Quando à chuva bebe o pranto,
Invade pontes e margens
Exigindo vassalagens...
Eu amo este meu Povo,
Mimando a seu jeito
Folgazão e sadio,
Com arraial e fogo,
Os santos que das ermidas*
Velam as vinhas garridas!
Amo-te, Douro antigo,
Douro vivo, Douro rio,
Douro terra, Douro amigo!
*codo - o mesmo que códão, terra húmida endurecida pelo gelo
*gamões - rebentos das videiras
*sulfato - calda de cor azul, com sulfato de cobre, fungicida
*tonéis - grande barris (cascos) de carvalho, para armazenamento do vinho
*tesoura - poda
*ermidas - pequenas capelas, geralmente implantadas no alto dum monte (elevação) ermo.
(Uma carta de amor deve ser sempre assinada, certo?...
Teresa)
(Hoje trago-vos um pouco do meu Douro, com pitadinhas muito regionais de termos e costumes...)
Eu amo este meu Douro
De vinhas e rio feito,
Quando se veste de frio
E demarca a codo*
E espelha a ouro
As entranhas dum tesouro...
Eu amo este meu Sol
A tanta beleza afeito,
Que à sua arte confio
Os retoques de azul
A cobrir os gamões* jovens
De sulfato* e suor d'homens!
Eu amo este meu Solo
De xistos, onde me deito
Nas tardes de sesta e estio,
Quando o labor pede colo
E as uvas pesam esperança
De tonéis* e abastança!
Eu amo esta minha Terra
Mirada em sereno leito
Dum amante que é um rio
E a mira do vale à serra,
Na esperança que a vindima
Lhe traga bodas de faina...
Eu amo este meu Douro
Que o Outono d'ouro enfeita.
Rubis, ocres, cores em fio,
Êxtase de final labor
Nos dias de sol fugaz
Quando a tesoura* se faz...
Eu amo este meu Canto
D' estrofes em altar feitas,
Mesmo se o génio do rio,
Quando à chuva bebe o pranto,
Invade pontes e margens
Exigindo vassalagens...
Eu amo este meu Povo,
Mimando a seu jeito
Folgazão e sadio,
Com arraial e fogo,
Os santos que das ermidas*
Velam as vinhas garridas!
Amo-te, Douro antigo,
Douro vivo, Douro rio,
Douro terra, Douro amigo!
*codo - o mesmo que códão, terra húmida endurecida pelo gelo
*gamões - rebentos das videiras
*sulfato - calda de cor azul, com sulfato de cobre, fungicida
*tonéis - grande barris (cascos) de carvalho, para armazenamento do vinho
*tesoura - poda
*ermidas - pequenas capelas, geralmente implantadas no alto dum monte (elevação) ermo.
(Uma carta de amor deve ser sempre assinada, certo?...
Teresa)