Á minha Caçapava Velha
À minha Caçapava-Velha
(cidade do interior onde cresci)
Caçapava-Velha foste esquecida,
Aqui nasceste Caçapava,
Ainda menina criara asas.
Foste embora,conquistaste vitórias,
Volta-te agora,lembra-te de onde vieste.
“—Oh,Caçapava,não sejas ingrata,
teu berço te espera,e suas canções de ninar...”
Dedica-te agora e conta esta história,
A história de uma cidade que fora feliz!
Tiveste teatro,já foste cenário de grandes
Espetáculos;
Conquistaste riquezas,
Sustentastes realezas
Com seus cafezais...
Oh,Caçapava clareira na mata,
Suas matas lhe pedem socorro.
Propus-me a advogar a causa de
Sua natureza...
Tu nem sabes que aqui ainda existe
Tanta beleza...
As maritacas protestam,
Parecem estar em festa,
Mas a verdade é que estão
Cansadas de agüentar,os ladrões
De ninhos...
Roubam os filhos de seus pais.
E os papagaios também reclamam,
Mas dizem que não tem pra quem reclamar...
O sabiá no seu canto tão triste,
Veio me contar:
Pobrezinho não queria se preocupar,
Com o cárcere,a prisão domiciliar.
As borboletas azuis pedem ajuda,
Os agrotóxicos as expulsam
De suas terras natais...
São tantas as causas que desejo expressar,
A currira que só queria ser mais bela,
Os sanhaços que vem em minha janela,
E os macacos também já deram sinal
Que querem falar...
Oh,Caçapava,olha pra nós,
Ainda tem jeito e não nos deixarmos a sós.
Tem compaixão,precisamos de tantas coisas,
Mas eu apenas te peço:olha pra nós...