FLOR DO CAMPO
A flor que enfeitou tua trança,
Na intenção de um querer,
Colhi num fundo de campo
Onde plantei meu viver.
Quem dera, volte à querência,
A flor presa em teus cabelos,
E o que antes era ausência
Tenha a paixão por sinuelo.
Pela flor amarelada,
Que colhi entre poejos,
No baio eu pegava a estrada
E ela me soprava um beijo.
O que eu queria ter dito
Se resumiu numa flor;
Na tarde de sol bonito
Desabrochou nosso amor.
Daí surgiu este canto
No mais doce bordonear,
Enfeitiçado do encanto
Que brilhou no teu olhar.
O inverno brabo se finda,
Renasce a flor na invernada.
Nos olhos da minha linda
O sol alumbra a madrugada.