PASSO DA GUARDA

Pelas escarpas que cascos tiraram terra.

Ventre da serra, coração deste altiplano.

Rumo pro passo entre pedras desparelhas,

Num vau de orelha fica sério o mais vaqueano.

O velho Passo da Guarda guarda segredos,

Nos arvoredos que testemunharam a história.

E na memória das barrancas sempre mudas

O Passo velho chamou-se Santa Vitória.

Mas hoje os homens resolveram represá-lo

Tal um vassalo ao mando de seu senhor.

–Tenham cuidado ao mexer na natureza

Que um rio é vida e é obra do Criador!

Sempre é mais fácil destruir a natureza

É mais barato que formas inteligentes!

Meu canto simples defende nossas belezas

Se quer progresso, também quer meio-ambiente!

Se te “afogarem” meu velho Passo da Guarda

Vai junto a história, a memória e a gratidão

Pois o Brasil cresceu nesta trajetória

E o pescador fez do teu peixe seu pão!

Chimarroneio e reflito um outro tanto...

Um bichará serrano me aquece do frio.

Cuido do gado e da lavoura que planto

E sorvo no mate tuas águas velho rio!