LIBERDADE

Liberdade é senda e rastro de paz e de sentimento,

É um floreio do vento deitando macega e pasto;

É não ter anseios gastos, sempre sonhos renovados.

Relincho, berro de gado, acôo e ringir de bastos.

Até pensei que ser livre era ser contrário as normas,

Qual matungo que não forma, murcha a orelha e manoteia,

Mas aprendi nas peleias e nos rituais galponeiros

Que a norma que vem primeiro é a da paz que nos rodeia!

Ninguém mente ao coração, nem manda no pensamento!

Ter liberdade por dentro é rumo certo na partida,

Ela nunca está perdida, só a gente se perde dela

Ao se enredar nas mazelas e descaminhos da vida.

Quem alcança o pé no estribo e se acomoda aos pelegos

Jamais tem desassossegos nos mates de fim de tarde,

Pois nunca é livre um covarde que aprisiona seus sonhos

E depois vive tristonho em busca de liberdade!

Ninguém mente ao coração, nem manda no pensamento!

Prosas fúteis e lamentos não geram alegria e pão,

Na mordaça da ilusão vive quem semeia a guerra,

Livre é quem respeita a terra e sua própria evolução!

Da esperança nasce a fé e do sonho a realidade.

A ação brota da vontade e a vitória do talento.

No pessuelo ensinamentos, amor, respeito e razão,

Ninguém mente ao coração, nem manda no pensamento!

Por isso ao desencilhar, guitarreando coisas boas,

Canto a prateada lagoa, guardada por um joão-grande,

O chapadão que se expande pr’uma escramuça à vontade

E a parceira liberdade que vai comigo aonde eu ande!