COM JEITO DE PRIMAVERA

Fecho os olhos e te vejo em minha lembrança,

Florzita guaxa que um dia o campo perdeu...

Para quem tinha tantos sonhos pra entregar-te

Restou um mate com gosto amargo de adeus.

O meu rincão guardou teu jeito nas coisas

E o teu perfume ficou pra sempre nas flores...

As minhas dores com o tempo foram mermando,

Foi se apagando o tempo das mais lindas cores.

Quem sabe um dia o Patrão desta querência

Faça da ausência que castiga mais que o inverno

Um reencontro com jeito de primavera

No rebrotar do nosso amor que é eterno!

Até o campo – depois de um fogo bruto –

Tirou o luto, trouxe flores e alegria.

Soprou o vento em afagos para a alma

Com brisas calmas que adoçam vida e poesia!

Senti que a vida mostrava-me o ciclo infindo

De um mundo lindo, que a luz faz renascer!

Que transcendemos às nossas realidades

Para as verdades que ainda não podemos ver.