TAIPEIROS
Só campo aberto outrora estas coxilhas,
Se abriram em trilhas a casco de mula.
Tropas imensas, tropilhas, tropeiros.
Nas noites violas, bate-pés de chula.
Vieram as estâncias, com elas os negros,
Chegaram colonos com enxadas e gaitas,
Este altiplano se abriu pro futuro
Tendo seus campos fechados por taipas.
Franjando o pala do solo nativo
Taipas de crivo, encravadas no chão,
Nos mangueirões as taipas dobradas
Pra pouso de tropa e pra marcação.
É guampa de touro franqueiro,
Cincerros, gritos de tropeiros
E taipas cortando o rincão...
Nesta rude ciência os taipeiros
Miles de braças ergueram nos cerros
Alicerçando o progresso co`as mãos!
Cortando a pedra na força do braço,
Zorra e boi-carreiro, o transporte de antanho,
Levavam as cargas pelos banhadais,
Várzeas e grotas de qualquer tamanho.
Nas manhas geladas de acampamento,
Pinhões sapecados e o mate bem novo.
Nasciam as rimas pelas queromanas
Ao som das marretas batendo de novo.
Velhas taipas tordilhas, oveiras e mouras,
Do tempo em que os homens barreiras venciam.
Peleavam solitos com a inteligência
Pra fazer querência com aquilo que tinham.
Melodia de Léo Almeida - 2º Lugar na 7ª Sapecada da Canção Nativa Lages SC -