O sertanejo

Meus amigos companheiros

Eu agora vou contar

A saga dos sertanejos

E daquele inóspito lugar

Onde sobrevive o mais forte

E a morte está sempre a espreitar

Onde muitos tombam sem vida

E as companheiras ficam a chorar.

Diadorim moça bela

Queria mesmo era casar

Porém ainda muito jovem

Viu seu pai sem vida tombar

Foi então que virou um sanguinário jagunço

Saindo pelos sertões a matar

Querendo o bando de Hermógenes exterminar

Furar o bucho com sua peixeira

E ver o sangue jorrar.

Para fazer parte do bando

Diadorim teve que se disfarçar

Vestiu-se como cabra macho

Para poder sangrar e matar

O safado do Hermógenes

E o seu pai poder vingar

Nem que varasse todo o sertão

Para com o coisa ruim encontrar.

Diadorim conheceu Riobaldo

Que dupla de valentes veio a formar!

Andaram nos sertões das Gerais

Procurando por todo o lugar

Porém Diadorim despertou em Riobaldo

Um louco amor que o atormentou

Não sabendo o que fazer

Tratou de todo modo o ignorar.

Eu quero dizer aos amigos

Que o amor não pede licença

Ele vai entrando enxerido e sorrateiro

Não escolhendo lugar nem hora

Foi o que nos mostrou Guimarães Rosas

Contanto esta difícil história.

Leiam Grande Sertão Veredas

Para compreender esta história

E conhecer um pouco dos sertões

Que fazem parte de nossa memória.

O sertanejo, queridos companheiros,

É povo forte pra valer

Enfrenta e fome e a seca

Sem nunca esmorecer

Crendo que amanhã será um novo dia

Que algo melhor irá acontecer

Esperando a grande fartura

Que a chuva irá trazer

E também grande beleza na paisagem

Pois o sertão irá reviver.