ESTAÇÃO PAULO

São Paulo locomotiva de luz solar, do luar e da garoa,

formigueiro agitado de gente operosa e muito boa,

universo do nosso gigante adormecido e querido Brasil,

brilhante guerreiro, branco, verde, amarelo e azul anil,

colmeia de estrelas valentes, nascidas para enfrentar a labuta,

caminheiros perseverantes que não desistem e vão à luta ...

São Paulo de Anchietas, paulistas e paulistanos,

virgulinos, marias bonitas, baianos, cearenses e paraibanos,

jesuítas, portugueses, potiguares e pernambucanos,

salesianos, italianos, sergipanos e alagoanos,

brancos, negros, espanhóis, piauienses e franciscanos,

japoneses, maranhenses, índios tupis e latino-americanos ...

São Paulo dos irmãos da Praça da Fé e dos manos da periferia,

do admirável gado novo de todos os recantos brasileiros,

dos malucos belezas, católicos, evangélicos, espíritas, ateus,

pacatos cidadãos, carismáticos inconfidentes maneiros,

da fraternidade, das músicas e poesias do alto astral,

palco das lutas pela democracia, cidadania e justiça social ...

São Paulo do arco-íris sonoro do pagode, do forró e do axé,

do sertanejo, do funk, do rap e do clássico samba no pé,

bilheteria da estação dos passageiros do trem das onze

do maquinista Adoniran Barbosa que brilha lá no céu,

com os turistas Betinho, Helder, Gonzaguinha, Herzog, Fiel,

Vinícius, Drummond, Jobim e a perfumada Elis Noel ...

Wilson Madrid
Enviado por Wilson Madrid em 09/02/2006
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