Sombras no Sul
Os pés barrentos da fecunda terra
Olhos fixos no indecifrável azul
Feroz fome, visceral miséria
Nos pampas verdes do imenso Sul.
O Minuano sopra friorento
O índio velho põe o cachecol
Aves flanam ao sabor do vento
No horizonte cinza deste arrebol.
Algumas velhas rezam Ave-Marias
Sinos cortam o silencio atroz
Meus versos morrem no final do dia
Cala o viandante a sonora voz.