Quem Eu Sou?
Sou mais um na multidão
Vivendo minha metamorfose
E as vezes o remédio
É curar meu próprio tédio
Sem ter guia ou direção
Sou roça de milho
Levada pela enchente
Que deixando uma só espiga
Na seca o sol castiga
Pipocando em estribilho
Sou roceiro sem palhoça
Me destroçando em verso
No universo sou pouco
As vezes sábio, as vezes louco
Levo a vida fazendo troça
E assim nesse fadário
Vou rimando chuva e sol
Remendando verso e rima
Produzindo matéria prima
Sem pensar em numerário
E pra quem de mim discorda
Não entro em discussão
Sou formiga e cigarra
Sonho que serve de amarra
Na cabeça de quem acorda
Domino assuntos diversos
Quero deixar bem claro
Que também sou mutante
Já fui calado, hoje sou falante
Por isso escrevo esses versos