EPOPÉIA DO POVO (ÍNDIO) BRASILEIRO - Ao confrade Pedro Diedrichs

Ao confrade Pedro Diedrichs

AOS NOSSOS PRIMITIVOS ÍNDIOS, ESCRAVIZADOS E MORTOS PELOS PORTUGUESES!

Eram todos, muito pobres

Ricos, como a Natureza!

Viviam em paz, entre nobres,

Não cultuavam a tristeza!

Um dia, navios chegaram

Trazendo pessoas novas

E eles muito se alegraram

Com seus cânticos e trovas!

Até então, andavam nus

Às vezes, pintavam o corpo

De enfeites, penas azuis

Nas grandes praias, seu porto!

Mas os novos visitantes

Que vieram pra ficar

Já não eram como antes,

Partiram pra escravizar!

A nação se vê vencida

Sem poder se defender

O pajé, se suicida

Ao ver o Chefe morrer!

No tempo que foi passando,

Todo o povo escravizado...

Suas meninas procriando

Pela força do pecado!

Muitos deles foram mortos

Por discordarem dos atos

Dos novos senhores, tortos,

Que lhes foram tão ingratos!

Trouxeram em seus navios

Escravos negros da África

Que matavam a sangue frio,

No tronco, tortura sádica!

E eles que eram tão felizes

Na terra que Deus lhes deu

Viveram crise após crise

Com o invasor mau e ateu!

Quantos deles sucumbiram

Na violência da lida...

Quantos tombaram, caíram,

De cansaço, já sem vida!

Eles suportaram tudo...

Quanta maldade sofreram,

Aprenderam até o entrudo

E aculturados pereceram!

Por tantos séculos viram

A injustiça, a maldade,

O martírio que sentiram...

Tinham na morte a liberdade!

Ricardo De Benedictis
Enviado por Ricardo De Benedictis em 05/02/2008
Reeditado em 05/02/2008
Código do texto: T846757
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