Paulo Machado: "...fica o ranço das metáforas..."...                              

 

 

 

p o é t i c a
ao poeta salgado maranhão

 

 

fica o ranço das metáforas,
o outono na velha aquarela.
no porto, a lembrança das velas.

 

fica o silêncio, o esboço do poema,
os músculos rijos à espera do agora.

 

fica a certeza de caminhar
em linha reta,
não fugir nunca.
remar contra a corrente, lutar
sem temer os golpes sujos dos que rastejam,
cães roendo os ossos da omissão.

 

fica a ânsia, o sangue queimando nas veias
até o último momento.

fica um princípio:
não temos o direito de trair a poesia,
crucificá-la numa sexta-feira de passivismo.
jamais expô-la como símbolo
de uma vanguarda precoce, medrosa.

 

a poesia é torpedo-suicida,
não podemos camuflá-la de bailarina persa.

 

a escuridão dos calabouços,
as câmaras de tortura,
nada fará calar os poetas.

 

a poesia sobreviverá às bombas de gás, ao tédio.
ressurgirá das cinzas no vôo dos pássaros.

 

(à tardinha os homens imitam os pássaros, ingenuamente)

 

sonhemos: com o verde da tardia esperança,
o branco da paz inaudita.

 

 

 

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Um excelente Poema, com P maiúsculo, do Poeta Paulo Machado.

Piauiense (de Teresina, PIauí, THE-PI,

o maior e melhor Poeta vivo, na atualidade mafrense,

ou seja, no PIauí.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Cláudio Carvalho Fernandes e Poeta PAlo Machado (Autor do Poema)
Enviado por Cláudio Carvalho Fernandes em 18/08/2024
Reeditado em 18/08/2024
Código do texto: T8131432
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