Gritos de uma mente decepada
Queria ser tão grande quanto uma moeda
E derreter menos que um sorvete
Ter um navio para cruzar copo cheio
Esquecer a nacionalidade do meu companheiro
Todo dia enxugar a mesma velha lágrima
Porque os versos que ecoam não rimam
E se confundem com tanto grito que vem da baixada
Como posso gritar tendo tão pouca voz?
A garganta já dói e o mel anda caro
Açúcar na veia e lança perfume pro alto
Maconha na mente e pó de arroz na bochecha
O falso branco escondendo a cor dos nativos
Choro dormindo esperando o milagre cair do céu
Mas junto a ele veio a chuva derreter o papel
Queima de arquivos, queima de ônibus e o mausoléu
Não dá mais pra ser patriota, a culpa é do povo que idolatra outro idiota
Sobrevivo de pressões
Quando aquele outro lado aponta outra falha
Honestamente queria ser perfeito
Mas acho que essa condição me daria um tiro na cara
Manchas atemporais
Ninguém se importa jamais
Malditos os tais capataz
Que amassam meus versos
Acho que não quero escrever mais…