E AGORA, MEU BRASIL?
Versos: 32 decassílabos ritmados.
Poesia política de Valdir Loureiro
E agora, meu Brasil avermelhado?
O que fizeram mesmo com Você?
O seu céu cor de anil foi alterado?
E o seu verde e amarelo, ninguém vê?
Será que vão criar um comitê
A fim de acabar com o seu moral,
Trocando o Pavilhão Nacional,
Mudando em breve a cor do meu brevê?
Será que o Bem da minha Pátria Amada
Não barra esse terrível monstro feio?
Não faz o Mal botar o pé no freio
Nem tranquiliza a nação assustada?
Eu vejo a maré alta e efervescente
Por causa de uma onda comunista
Que abala a praia conservadorista
E o mar de um marinheiro mais valente.
Pergunto sobre um mar de incertezas,
Para onde vai o puro Cisne Branco...
É bravo, porém não aguenta o tranco
De um vento só de esquerda e de impurezas.
O verde oliva não tem o verdume
Com a cor bonita dos seus vegetais;
E até as lindas plantas florestais
Não soltam mais o ar do seu perfume.
Eu noto que chegou política ingrata;
Maltrata quem é sério e não merece
Sofrer com os ferrões da sua pata.
Depois ela o expulsa ou prende, ou esquece.
De fontes, códigos, forças, eu senti
Um forte vento de revolução:
Mudança inquietadora da Nação
Que amigo meu não quer nem eu pedi!
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Versos acima em 8 quartetos, como no verso "O céu do meu Brasil tem mais estrelas" da música de Dom e Ravel.