IRUPI

Da Cepa de um ventre paterno

Embalado por carros de boi

Nasce Irupi de Tomaz

Seu primogênito pai.

Na cachoeira do chiador

O velho recria o menino

Mergulha em água morna

Brinca com seu amor.

Guardiã de guerrilheiros

Nua gruta do quirino

O mosto de almas feridas

Discorre de suas entranhas

Sentinela do destino.

Pedra da tia velha

Mulher parda de grande beleza

Resguarda relíquias da fé.

Nos pés, seus orixás

No cume, Maria de Nazaré.

Ensolarado Irupi!

De calor quase escaldante

Seus campos cultivam café

E a praça da primavera

Enraíza tantas cores

No frescor do chafariz!

A cidade de seus filhos

Inspirados, no ouvir o sino,

Que nasce lá na matriz

Brada em alta voz

São João Batista,

Rogai por nós.

Ancelma Bernardos
Enviado por Ancelma Bernardos em 22/12/2022
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