IRUPI
Da Cepa de um ventre paterno
Embalado por carros de boi
Nasce Irupi de Tomaz
Seu primogênito pai.
Na cachoeira do chiador
O velho recria o menino
Mergulha em água morna
Brinca com seu amor.
Guardiã de guerrilheiros
Nua gruta do quirino
O mosto de almas feridas
Discorre de suas entranhas
Sentinela do destino.
Pedra da tia velha
Mulher parda de grande beleza
Resguarda relíquias da fé.
Nos pés, seus orixás
No cume, Maria de Nazaré.
Ensolarado Irupi!
De calor quase escaldante
Seus campos cultivam café
E a praça da primavera
Enraíza tantas cores
No frescor do chafariz!
A cidade de seus filhos
Inspirados, no ouvir o sino,
Que nasce lá na matriz
Brada em alta voz
São João Batista,
Rogai por nós.